“Meu voto é em defesa da Constituição, é pela Democracia, pela legalidade, pela defesa do Estado Democrático de Direito. Por isso, amanhã, mais uma vez, levantarei a minha voz para dizer: não vai ter golpe!” Foi com essas palavras que o deputado federal Helder Salomão encerrou seu discurso em defesa da democracia na noite do último sábado (16), durante a sessão do impeachment na Câmara Federal.
Durante os três minutos a que teve direito, o parlamentar capixaba defendeu a permanência da presidente Dilma denunciando “a tentativa de um grupo político – envolvido em corrupção – de tentar abreviar o mandato de uma presidente que não responde a um processo sequer”.
Seguindo em sua argumentação, o deputado se pautou na legislação. “O processo de impeachment está, sim, previsto na Constituição, contudo, impeachment sem a caracterização de crime de responsabilidade é ilegítimo e não tem outro nome: é golpe parlamentar contra o povo”. E não deixou de destacar a postura tendenciosa do presidente da Câmara. “Este processo, todos sabem, foi acolhido pelo presidente desta Casa, que está enlameado na corrupção. E fez isso por pura revanche e retaliação ao nosso partido que votou pela admissibilidade do processo contra ele no Conselho de Ética”.
Salomão, que iniciou sua vida política junto com os movimentos sociais, se posicionou em defesa do povo brasileiro, principalmente daqueles que, nos últimos 13 anos deixaram de ser invisíveis aos olhos do governo e passaram a ter acesso aos seus direitos e oportunidades. “Voto com os milhões de jovens que tiveram acesso aos ensinos técnico e superior. Voto com os milhões de brasileiros que saíram da miséria. Voto com as empregadas domésticas que agora são reconhecidas”.
Ainda em sua fala, destacou o compromisso com o futuro, atribuindo seu voto a seus dois filhos em representação a todas as crianças brasileiras “para que vivam num país onde democracia e liberdade sejam valores sagrados”.
A votação da admissibilidade do processo de impeachment acontecerá na tarde deste domingo (17), com inicio marcado para as 14 horas na Câmara dos Deputados.
Texto: Flávia Pinheiro
Foto: Nilson Bastian/ Câmara dos Deputados