A CPI do Carf ouviu na manhã desta terça-feira, 22, o procurador da República Frederico Paiva, responsável pelas investigações da Operação Zelotes no Ministério Público. De acordo com Paiva, o esquema de corrupção no órgão é anterior ao governo do PT.
Paiva também criticou a maneira como o Carf funcionava até o ano passado, quando foi deflagrada a Operação Zelotes, com possibilidades ilimitadas de recursos e permissão para que advogados exercessem a profissão e fossem nomeados conselheiros.
Vale lembrar que a Operação Zelotes apontou indícios de venda de sentenças em cerca de 70 processos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão do Ministério da Fazenda encarregado de julgar recursos de empresas autuadas pela Receita Federal.
As suspeitas recaem sobre conselheiros, ex-conselheiros, advogados e executivos de empresas devedoras, entre as quais grandes grupos empresariais. O esquema, segundo a Polícia Federal, pode ter provocado um prejuízo de quase R$ 20 bilhões aos cofres públicos.
Desde que foi escolhido membro titular da CPI do Carf, o deputado federal Helder Salomão, defende que todos sejam investigados, doa a quem doer. “Hoje escutamos do procurador Frederico Paiva que a corrupção no Carf começou antes dos governos do Partido dos Trabalhadores. Passamos por um momento turbulento em nosso país, esta comissão precisa ser rigorosa e imparcial nos seus posicionamentos. Não podemos usar dois pesos e duas medidas”, finalizou Helder.